Eu preciso te contar algo que talvez você ainda não tenha ouvido de ninguém: é normal sentir raiva no luto. Sei que pode ser assustador olhar para si mesma e ver uma pessoa diferente daquela que existia antes da perda. Eu também passei por isso!
Quando perdi meu marido, uma das emoções que mais me surpreendeu foi a raiva. Uma raiva que eu não conseguia explicar, que surgia de maneira intensa e me fazia sentir ainda mais sozinha. Talvez você esteja sentindo isso também. E eu quero te dizer: você não está errada, você está viva.
- A dor transforma quem somos!
- O que a raiva está tentando te dizer?
- Como eu acolhi a minha raiva? Não foi fácil.
- O luto é um processo desafiador, e que exige acolhimento.
A dor transforma quem somos!
O luto não pede licença para entrar. Ele bagunça tudo dentro da gente. De repente, aquela pessoa acolhedora, paciente e tranquila, vê surgir uma versão que não reconhece: alguém ferida, irritada, cansada de ser forte.
E sabe o que eu descobri?
A raiva não é sinal de que você se tornou alguém ruim.
Sentir raiva é parte desse processo intenso do luto, viver o tempo todo com sentindo raiva, não é. Fique atenta!
Quando amamos profundamente, a perda causa uma ruptura tão grande que nossas emoções explodem de formas inesperadas.
O que a raiva está tentando te dizer?
Hoje, olhando para minha história e para tantas mulheres que acompanho, percebo que a raiva no luto é como um grito interno dizendo:
- “Isso não era para ter acontecido.”
- “Eu queria ter tido mais tempo.”
- “Eu estou cansada de fingir que estou bem.”
A raiva é uma forma de nos proteger da dor crua da tristeza. Ela é uma resposta humana, intensa e legítima à injustiça que sentimos ao perder alguém que amamos. Você não está sozinha nisso.
Quero que você saiba que muitos sentimentos inesperados surgem no luto.
Sentir raiva não significa que sua fé é pequena, nem que você está fracassando.
Pelo contrário, significa que você está sendo honesta consigo mesma.
Você também está tentando encontrar sentido no meio do caos. E isso é corajoso.
Como eu acolhi a minha raiva? Não foi fácil.
Por muito tempo, eu tentei me convencer de que “não deveria sentir isso”. Mas entendi que acolher minhas emoções foi essencial para seguir em frente.
Aqui estão alguns passos que me ajudaram e que podem te ajudar também:
- Nomear a raiva: eu dizia para mim mesma “estou com raiva”, sem vergonha ou culpa.
- Orar em meio à raiva: derramar meu coração diante de Deus, sem máscaras.
- Desabafar com quem entende: conversar com outras pessoas em luto me fez sentir menos sozinha. Um grupo de apoio foi decisivo para mim!
- Permitir o tempo necessário: entender que a raiva é passageira, mas que viver o tempo todo com raiva, não é bom. Por isso, busque ajuda.
“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor…” (Apocalipse 21:4, NVI)
Essa promessa me sustentou e ela também é para você.
O luto é um processo desafiador, e que exige acolhimento.
Se hoje você sente raiva, não se culpe. Acolha esse sentimento como parte da transformação que a dor está realizando em você.
Eu aprendi que a raiva, quando acolhida, pode se transformar em força, em coragem, em recomeço. E quero te lembrar: você ainda é você, só que agora, mais profunda, mais humana, mais forte.
Continue caminhando comigo aqui no Lições do Luto. Você não precisa passar por essa jornada sozinha. Eu estou aqui, e outras mulheres também.
Com carinho e esperança,
Stephanie Monje